Mundo
Por que levou dias para brasileira Juliana Marins ser resgatada
Família da brasileira denuncia negligência das autoridades após dias de espera por socorro; especialistas apontam falhas estruturais e falta de preparo para emergências na montanha

A morte da brasileira Juliana Marins, após uma queda em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, acendeu um alerta global sobre as condições precárias dos serviços de resgate em pontos turísticos de aventura. O corpo da publicitária só foi retirado da área três dias após o acidente, o que gerou indignação nas redes sociais e críticas ao governo indonésio por parte da família e de internautas brasileiros.
Juliana caiu em um barranco de aproximadamente 200 metros de profundidade no sábado (21), por volta das 6h30, enquanto fazia uma trilha no ponto conhecido como Cemara Nunggal. Apesar de ainda estar viva após o acidente, o socorro só chegou até ela na terça-feira (24), quando foi constatada sua morte. O corpo foi evacuado no dia seguinte.

Nas redes sociais, brasileiros lotaram os perfis da Basarnas (Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia) e do presidente Prabowo Subianto com questionamentos: “Por que o helicóptero não foi acionado de imediato?”, “Juliana morreu não pela queda, mas por ter sido deixada tanto tempo no local”.
A família afirmou que entrará na Justiça por negligência grave, sustentando que a brasileira teria chances de sobreviver se o resgate tivesse acontecido dentro das sete primeiras horas. A acusação foi publicada no perfil do Instagram @resgatejulianamarins, criado para cobrar justiça.
Dificuldades no resgate
De acordo com alpinistas experientes entrevistados pela BBC News Indonésia, o resgate foi dificultado por três fatores principais:
- Falta de equipamentos adequados em pontos vulneráveis do parque;
- Clima instável e topografia extremamente acidentada;
- Ausência de socorristas de prontidão em pontos estratégicos durante a alta temporada de escaladas.
O local onde Juliana caiu é considerado um dos trechos mais difíceis do Monte Rinjani, com declives íngremes, terreno arenoso e forte incidência de neblina e ventos. Mesmo assim, não há barreiras físicas nem sinalização de alerta suficiente.

“O equipamento era insuficiente, a corda não alcançava, e parte dos recursos precisou ser trazida de cidades vizinhas”, afirmou Mustaal, organizador de escaladas que atua na região desde 2000.
Por que helicópteros não foram usados?
Outro ponto crítico levantado foi a ausência de helicópteros no início do resgate. Segundo a Basarnas, os modelos disponíveis (AW139 e AS365) não poderiam operar na altitude de 2.940 metros onde Juliana estava. Além disso, as condições climáticas impediram o voo seguro até o local.
“Mesmo com o tempo bom, os helicópteros da Basarnas não conseguiriam alcançar a área”, explicou Gerry Soejatman, especialista em aviação.
Falta de regulamentação e acidentes frequentes
Não é a primeira vez que o Monte Rinjani registra acidentes fatais. A trilha é considerada desafiadora, mas não há restrição a escaladores iniciantes, o que contribui para o número elevado de ocorrências. Segundo o alpinista Galih Donikara, “há uma falsa sensação de segurança transmitida pelas redes sociais, que romantizam a escalada e mascaram os riscos reais”.
O chefe do Parque Nacional do Monte Rinjani, Yarman Wasur, afirmou que a evacuação seguiu protocolos padrões e que 50 socorristas foram mobilizados. Ele admite, porém, que a vítima não foi encontrada imediatamente, pois seu corpo teria escorregado para uma posição diferente após a queda.

Avaliação e promessas futuras
Após a tragédia, a direção do parque anunciou que fará uma revisão completa dos procedimentos de segurança, incluindo aumento de efetivo em pontos de risco, instalação de novos equipamentos e reforço no treinamento de guias e carregadores.
Ainda assim, o caso expôs a fragilidade da estrutura de atendimento emergencial nas montanhas da Indonésia e levantou a discussão sobre a responsabilidade dos órgãos locais diante do crescimento do turismo de aventura.
Enquanto isso, familiares e amigos de Juliana Marins pedem justiça e medidas concretas para que tragédias como essa não se repitam com outros turistas.
Mundo
Argentina sob Marel Milei: avanços fiscais e crescente insatisfação social
Após dois anos no governo, as reformas liberais de Javier Milei mostram progresso macroeconômico, mas criam tensões profundas na indústria, emprego e dissonância social

Após dois anos no poder, o presidente Javier Milei transformou a Argentina em um grande laboratório econômico. Suas medidas de ajuste fiscal e reformas liberais provocaram forte impacto na economia, gerando redução da inflação e superávit nas contas públicas, mas também aprofundando tensões sociais e trabalhistas em diversas regiões do país.
A agenda de Milei conseguiu restaurar parte da confiança dos investidores e estabilizar o câmbio, resultados celebrados pelo governo como prova de eficiência da política econômica. No entanto, os custos sociais da transformação são altos: o desemprego aumentou, o setor industrial perdeu fôlego, e os índices de pobreza cresceram, especialmente entre trabalhadores informais e famílias de baixa renda.
A rápida abertura comercial e o corte de subsídios afetaram a indústria nacional, que enfrenta queda na produção e fechamento de fábricas. Muitos empresários alertam para um processo de desindustrialização precoce, que ameaça empregos e compromete a recuperação de longo prazo.
No campo social, as manifestações contra as medidas de austeridade se multiplicam. Sindicatos e movimentos populares denunciam reduções em programas sociais, aumento do custo de vida e concentração de renda. Mesmo assim, Milei mantém apoio de parte da população que acredita na necessidade de “sacrifícios” para reconstruir o país.
Com a economia ajustada, mas o tecido social em tensão, a Argentina entra em uma nova fase de desafios: reconquistar o crescimento com inclusão, estabilizar o emprego e preservar o apoio político para consolidar as reformas. O futuro do governo Milei dependerá da capacidade de equilibrar resultados econômicos com justiça social — e de provar que seu projeto libertário pode ser sustentável.
Mundo
Israel retoma ataques em Gaza e ameaça acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA
Missão diplomática liderada por enviados de Donald Trump tenta conter escalada de violência após novas ofensivas israelenses

A tensão voltou a crescer no Oriente Médio. Israel retomou os ataques à Faixa de Gaza nesta segunda-feira (20), apenas dez dias após a assinatura do acordo de cessar-fogo, colocando em risco o frágil plano de paz mediado pelos Estados Unidos.
De acordo com autoridades locais, três palestinos morreram durante uma nova ofensiva israelense no bairro de Tuffah, na Cidade de Gaza. O Exército de Israel afirmou que os disparos ocorreram após a identificação de “terroristas cruzando a linha amarela” na região de Shejaiya, e declarou que continuará a “eliminar qualquer ameaça imediata”.
Enquanto isso, os enviados americanos Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump, chegaram a Tel Aviv para tentar preservar o cessar-fogo e se reunirão com membros do governo de Binyamin Netanyahu. O Egito, por sua vez, sediará uma reunião com o Hamas, buscando avançar nas negociações de paz.
Testemunhas relataram disparos de tanques israelenses e afirmam que moradores ainda estão confusos sobre o traçado da área de recuo militar, já que não há sinalizações visíveis no território devastado.
A escalada de violência ocorre em meio a impasses sobre a devolução dos corpos de reféns israelenses. Israel acusa o Hamas de atrasar propositalmente o processo, enquanto o grupo alega dificuldades para recuperar corpos soterrados sob escombros.
O primeiro-ministro Netanyahu também anunciou que a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, permanecerá fechada por tempo indeterminado, condicionando sua reabertura ao cumprimento integral do acordo.
O plano de paz idealizado pelo ex-presidente Trump enfrenta agora seus maiores desafios, com pendências sobre o desarmamento do Hamas, a governança futura de Gaza e o avanço na criação de um Estado palestino — pontos ainda sem consenso entre as partes envolvidas.
Mundo
Trump emociona o Parlamento de Israel e promete “era de ouro” para o Oriente Médio
Em Conquista, médica reafirma compromisso com conservadorismo, critica administração do PT e estimula esperança nos patriotas baianos

Sob aplausos e forte comoção, Donald Trump participou nesta segunda-feira (13) de uma sessão histórica no Parlamento de Israel, marcada pelo retorno dos últimos sobreviventes do cativeiro do Hamas, após dois anos de guerra. Em um discurso com tom espiritual e político, o ex-presidente dos Estados Unidos exaltou a fé, a força e o papel de Israel na busca pela paz no Oriente Médio.
Em suas palavras iniciais, Trump agradeceu “ao Deus Todo-Poderoso de Abraão, Isaque e Jacó” pela libertação dos reféns. “Após dois anos angustiantes na escuridão e no cativeiro, 20 reféns corajosos estão retornando ao abraço de suas famílias, e isso é glorioso”, declarou, chamando o momento de “profunda alegria, grande esperança e fé renovada” para todo o mundo.
O republicano destacou que Israel conquistou vitórias pela força das armas, com o apoio dos Estados Unidos, mas que agora é o momento de transformar o poder militar em prosperidade e reconciliação. “Israel, com nossa ajuda, ganhou tudo o que pode ser logrado pela força das armas. Agora é o momento de converter essas vitórias contra os terroristas no prêmio final da paz e da prosperidade para todo o Oriente Médio”, afirmou diante dos parlamentares israelenses.
Reforçando sua mensagem de otimismo, Trump disse que, assim como os Estados Unidos vivem uma “nova era de ouro”, chegou a hora de Israel e de toda a região experimentarem o mesmo ciclo de bênçãos e progresso. Ele assegurou que o Hamas será desarmado e que a segurança de Israel não será mais ameaçada.
Trump ainda fez menção à sua equipe diplomática, agradecendo especialmente ao enviado especial do Oriente Médio, Steve Witkoff, pelos esforços nas negociações de paz. Em tom bem-humorado, ele chegou a brincar com o premiê israelense Benjamin Netanyahu, afirmando que “não é fácil de lidar, mas é isso que o torna ótimo”.
O ex-presidente também expressou gratidão aos países árabes envolvidos no cessar-fogo e sinalizou que o fim da guerra entre Israel e Hamas pode abrir caminho para um acordo de paz com o Irã. “Acho que temos uma oportunidade… Acho que será fácil, mas primeiro temos que resolver a questão da Rússia”, disse Trump, destacando que a Ucrânia continua sendo uma prioridade em sua agenda internacional.
Durante o discurso, houve interrupções de parlamentares de esquerda, que exibiram faixas com os dizeres “Reconheçam a Palestina!”. Os manifestantes, Ayman Odeh e Ofer Cassif, foram retirados pela segurança do Knesset. Trump reagiu com leveza: “Foi muito eficiente”, brincou, arrancando risadas do plenário.
O pronunciamento foi recebido como um marco de esperança e fé renovada em Jerusalém, com forte repercussão entre líderes religiosos e diplomáticos que veem no gesto de Trump uma possível retomada do diálogo pela paz no Oriente Médio.
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