Brasil
CPI do INSS pode expor fraudes e omissões gerais
Com apelo popular e pressão crescente, investigação pode revelar esquema bilionário e abrir caminho para reformas estruturais ou ser abafada por conveniência política

O escândalo bilionário de fraudes no INSS chegou a um ponto crítico e pode se tornar uma das maiores crises políticas de 2025. Com a oposição protocolando o requerimento para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), cresce a pressão sobre o presidente da Câmara, Hugo Motta, que tem evitado pautar o tema — ao mesmo tempo em que estreita laços com o Palácio do Planalto.
A investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um esquema sofisticado de concessões irregulares de benefícios que afeta diretamente aposentados e pensionistas, escancarando falhas estruturais de longa data no Instituto Nacional do Seguro Social. A repercussão popular é imensa, atingindo o coração de um dos serviços públicos mais sensíveis do país.
Mas o problema não é apenas do Executivo. O Legislativo também é alvo de críticas, tendo afrouxado medidas de controle, travado avanços legislativos no combate às fraudes e mantido indicações políticas em cargos estratégicos do INSS. Já o Judiciário, por sua vez, é acusado de leniência ao não punir com rigor as quadrilhas envolvidas nas irregularidades.
“O escândalo perpassa diferentes gestões e revela a omissão histórica de todos os Poderes. A CPI pode ser o ponto de virada — ou mais uma oportunidade perdida”, avalia um parlamentar da base.
Aliados de Hugo Motta dizem que o momento é propício para ele se distanciar do Planalto e deixar que o governo enfrente as consequências do apoio que recebeu de parlamentares agora pressionados a sustentar a investigação. O impasse divide a Câmara e expõe os riscos de uma CPI que pode abrir a “caixa de Pandora” de outras fraudes em benefícios previdenciários e assistenciais, como aposentadorias especiais, auxílios-doença e pensões por invalidez.
Com grande potencial de desgaste político, há quem prefira abafar o caso para evitar um efeito dominó. Outros defendem que a transparência e a responsabilização são essenciais, tanto para os cofres públicos quanto para os cidadãos que dependem do INSS.
O clima em Brasília é de tensão. O feriado do 1º de Maio pode até adiar os desdobramentos, mas não apaga o incômodo generalizado diante da gravidade das denúncias. Resta saber se o Congresso terá coragem de enfrentar o problema ou seguirá refém de seus próprios interesses.
Brasil
A corrupção no Brasil é desde os anos de 1500

Casos como o do INSS, da prisão de Collor e das emendas recolocam no noticiário um problema que nunca deixou de assombrar o país e que demanda tratamento sério e eficaz — e não moralista.
Malévola e irresistivelmente longeva na história do Brasil, a corrupção andava um tanto fora do noticiário e do debate público, até que emergiu com força graças a uma sucessão de malfeitos coincidentes, incluindo a queda do ministro Juscelino Filho (Comunicações) após denúncia da Procuradoria-Geral da República, a prisão do ex-presidente do Peru Ollanta Humala e o asilo concedido à ex-primeira-dama Nadine Heredia, a prisão do ex-presidente Fernando Collor e o ruidoso escândalo dos descontos em aposentadorias e pensões do INSS.
Não que a corrupção estivesse suspensa na rotina de práticas antirrepublicanas que costumam alimentar os cupins do dinheiro público, como atesta o nefasto assunto das emendas parlamentares sem transparência, mas está claro que o país tem negligenciado o tema — sobretudo depois que os excessos cometidos pela Operação Lava Jato contribuíram, em grande medida, para descredenciar a agenda e ainda permitir que réus confessos passassem a posar de vítimas.
Precisamos falar sobre corrupção. Para tanto, não é preciso recorrer à História. Registre-se que a corrupção já era fonte de preocupação no período em que éramos colônia portuguesa. Mem de Sá, o governador-geral do país entre 1558 e 1572, por exemplo, foi acusado de enriquecimento ilícito.
No Rio de Janeiro, dizia-se que os mercadores de escravos que saíam da África e seguiam para o Rio da Prata — e precisavam fazer escala no Rio para abastecer — já sabiam que tinham de pagar propina ao governador da capitania. Tampouco se deve recorrer a hipérboles de pouca serventia, como a dúvida se o Brasil é o país mais corrupto do mundo, se os governos lulopetistas foram os mais corruptos da história brasileira ou se a atual legislatura é a mais imperfeita desde a redemocratização.
Também é contraproducente escolher entre o moralismo udenista (nos anos 1950 e 1960, a UDN era o partido que denunciava a corrupção com maior vigor) e a naturalidade com que a esquerda despreza o assunto — principalmente depois que o PT passou a ser governo, no início dos anos 2000.
Como se sabe, o PT ascendeu denunciando tudo e todos, mas, uma vez no poder, se revelou tão corrupto quanto aqueles grupos que vivia a denunciar. Completados dez anos de poder, um documento levado a um conclave petista definia o partido como vítima do presidencialismo de coalizão, “prisioneiro de um sistema eleitoral que favorece a corrupção”. Agora, com a morte do presidencialismo de coalizão e a vigência de um sistema político disfuncional, não são poucos os morubixabas petistas que novamente apresentam a legenda como vítima — desta vez não do presidencialismo de coalizão, mas de sua crise.
Vítima, contudo, é o Brasil — moral, política e economicamente. A corrupção ajuda a travar o pleno desenvolvimento econômico e social do país. O uso de estatais e instituições públicas por mercadores da política e da burocracia leva à locupletação de uns em prejuízo do dinheiro de muitos. Quando governantes se aproveitam do Estado em benefício próprio ou de seus apadrinhados, reforça-se um mal inquestionável: o desvirtuamento da gestão pública em uma máquina de ineficiência.
Mas não há só más notícias. O Brasil avançou muito em matéria de fiscalização e controle. Os diques de contenção, previstos pela Constituição de 1988 e posteriormente fortalecidos, funcionam. É o caso da Lei das Estatais, que instituiu regras mais rígidas contra o uso político das empresas públicas, e da Lei de Acesso à Informação (LAI), a partir da qual órgãos públicos passaram a ser obrigados a publicar dados e a responder a pedidos de informação apresentados por cidadãos, por organizações da sociedade civil e pela imprensa livre e independente. Também não faltam punições em nossa história recente, apesar dos pesares.
Resta avançar, insista-se, na qualidade do debate público sobre a corrupção. Em primeiro lugar, aceitando a ideia de que se trata de uma mazela sem cor ideológica ou partidária. Segundo, reconhecendo que, como um problema sistêmico, dispensa grandes escândalos para ser uma preocupação nacional e exige maior rigor no controle, na fiscalização e na punição devida aos malfeitos. Terceiro, e não menos importante, mostrando que a reação enfática da sociedade e a consequente vigilância são a melhor arma contra a corrupção, que avilta as instituições, a democracia e a autoestima do Brasil.
Brasil
Receita fecha primeiro lote do IR 2025 em maio
Contribuintes que enviarem a declaração até 9 de maio poderão entrar no primeiro lote de restituição, que prioriza idosos e pessoas com doenças graves. Pagamento será feito em 30 de maio.

A Receita Federal confirmou nesta quarta-feira (30) que o fechamento do primeiro lote de restituição do Imposto de Renda 2025 será no dia 9 de maio. Isso significa que apenas os contribuintes que entregarem suas declarações até essa data estarão aptos a entrar no grupo inicial de pagamentos. A consulta ao primeiro lote será liberada no dia 23 de maio, com pagamento agendado para 30 de maio.
Prioridades no recebimento da restituição
Apesar do envio antecipado, a maioria dos pagamentos no primeiro lote continuará priorizando contribuintes com direito legal à preferência, conforme a ordem estabelecida pelo Fisco:
- Idosos com 80 anos ou mais;
- Idosos entre 60 e 79 anos, pessoas com deficiência e com doenças graves;
- Contribuintes cuja principal fonte de renda é o magistério;
- Quem utilizou a declaração pré-preenchida e escolheu restituição via Pix;
- Quem optou por uma das duas condições acima;
- Demais contribuintes.
O critério de desempate é o horário da entrega da declaração: quem envia antes, recebe antes.
Como será feita a restituição
A restituição é paga quando o valor do imposto retido ao longo do ano é superior ao valor devido. A Receita Federal devolve esse excedente em cinco lotes mensais, sempre no último dia útil.
Calendário da restituição do IR 2025:
- 1º lote: 30 de maio
- 2º lote: 30 de junho
- 3º lote: 31 de julho
- 4º lote: 29 de agosto
- 5º lote: 30 de setembro
Quem precisa declarar o Imposto de Renda em 2025
Deve declarar o Imposto de Renda 2025 quem:
- Recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888 em 2024;
- Teve rendimentos isentos ou tributados exclusivamente na fonte superiores a R$ 200 mil;
- Obteve ganho de capital na venda de bens ou direitos;
- Vendeu e comprou imóvel residencial com isenção de IR dentro de 180 dias;
- Vendeu mais de R$ 40 mil na Bolsa de Valores, ou teve lucro tributável com ações;
- Tinha bens ou patrimônio acima de R$ 800 mil em 31 de dezembro;
- Obteve receita bruta superior a R$ 169.440 em atividade rural ou quer compensar prejuízos;
- Passou a morar no Brasil em 2024;
- Declarou bens em offshore ou como titular de trust;
- Atualizou o valor de imóveis com base na legislação especial de dezembro de 2024;
- Teve rendimentos de aplicações financeiras no exterior.
A declaração deve ser enviada até 23h59 do dia 30 de maio. Quem perder o prazo pagará multa de, no mínimo, R$ 165,74 ou até 20% do valor do imposto devido.
Com o fechamento do primeiro lote se aproximando, os contribuintes que desejam receber a restituição mais cedo devem se apressar para enviar suas declarações até o dia 9 de maio. Prioridades continuam valendo, mas rapidez também conta pontos. Ficar atento às regras evita multas e garante um processo mais tranquilo com o Leão.
Brasil
Piada pronta: no Brasil camisa vale mais que bilhões
Enquanto crise no INSS e dívida pública preocupam, polêmica sobre uniforme vermelho da Seleção vira centro do debate nacional;

Enquanto o Brasil lida com uma crise bilionária no INSS e vê sua dívida pública se aproximar de R$ 10 trilhões, a pauta que mais mobilizou os brasileiros nos últimos dias foi… a cor da camisa da Seleção. A possível adoção de um uniforme vermelho pela CBF para a Copa do Mundo de 2026 causou comoção, memes e um debate acalorado nas redes sociais.
A discussão viralizou após o site Footy Headlines divulgar imagens de uma suposta nova camisa vermelha da Seleção Brasileira. A CBF se limitou a afirmar que os modelos não são oficiais, mas não negou a possibilidade de adoção do novo visual, o que aumentou ainda mais a curiosidade — e a controvérsia.
Em paralelo ao barulho midiático causado pela cor da camisa, uma auditoria revelou que, entre 2019 e 2024, foram desviados R$ 6,3 bilhões em fraudes no INSS. Um escândalo com impacto direto na vida de milhões de brasileiros que dependem do sistema previdenciário, mas que, num determinado momento, ficou em segundo plano diante da comoção estética em torno da Seleção.
Outro dado preocupante é o crescimento da dívida pública. Projeções apontam que a dívida bruta do país deve ultrapassar os R$ 10 trilhões até 2026. Trata-se de um rombo histórico que compromete investimentos, serviços públicos e o futuro das próximas gerações. Ainda assim, parte da atenção popular e midiática parece estar mais voltada à polêmica visual do futebol do que aos indicadores econômicos.
A repercussão nas redes sociais foi marcada por ironias e criatividade. Usuários usaram ferramentas de inteligência artificial para ilustrar o novo uniforme em políticos da esquerda, jogadores históricos e até em versões satíricas com patrocínios de empresas envolvidas em escândalos de corrupção durante gestões do PT.
Vale lembrar que, segundo o regulamento da CBF (Capítulo III, artigo 13, inciso III), as cores dos uniformes oficiais da Seleção devem se restringir às da bandeira nacional: verde, amarelo, azul e branco. Cores diferentes só são permitidas em edições comemorativas, o que não parece ser o caso da próxima Copa do Mundo.
Em tempos de crise fiscal, desconfiança institucional e prioridades desajustadas, o Brasil dá sinais de que continua sendo, infelizmente, o país da piada pronta — onde a camisa da Seleção parece valer mais que bilhões de reais em desvios e dívidas públicas.













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