Polícia
Imóvel de luxo liga Bruno Reis a empresário investigado
Bruno Reis teria reformado e utilizado apartamento de R$ 1,5 milhão registrado em nome de Samuca Franco, apontado como operador da Operação Overclean

Uma conexão entre o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), e o empresário investigado Samuca Franco volta a acender o alerta sobre possíveis vínculos entre poder público e esquemas de corrupção. Documentos, depoimentos e registros apontam que o prefeito utilizou e reformou um apartamento de luxo em Barra Grande, na Península de Maraú (BA), apesar de o imóvel estar formalmente registrado em nome de Franco — alvo da terceira fase da Operação Overclean, deflagrada em 3 de abril pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). As informações são do site Metrópoles.
O apartamento, localizado no sofisticado condomínio Bay View, foi personalizado com serviços de alto padrão diretamente solicitados por Bruno Reis, segundo moradores, prestadores de serviço e corretores ouvidos pela reportagem. Entre as intervenções estão decoração, instalação de ar-condicionado, reformas e acabamento de vidraçaria.
Cada unidade no condomínio era avaliada em R$ 900 mil à época da compra, mas hoje atinge valores médios de R$ 1,5 milhão, graças à valorização da área à beira da Baía de Camamu.
A relação entre o prefeito e Samuca Franco vai além da ocupação do imóvel. Desde maio de 2022, ambos são sócios na empresa Vento Sul Empreendimentos Imobiliários Ltda., conforme documentos da Junta Comercial da Bahia. A participação de Bruno Reis se dá por meio da BB Patrimonial, empresa registrada com seus filhos, que comprou 10% das cotas por R$ 60 mil diretamente de Franco — que manteve os 90% restantes.
Em eventos públicos, Bruno Reis não esconde a proximidade com o empresário investigado. Em discurso registrado em vídeo, o prefeito chegou a chamá-lo de “irmão que a vida deu”, declarando manter contato diário com ele por telefone.
O mesmo evento contou com a presença de ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e padrinho político de Bruno Reis, que também possui imóvel no mesmo condomínio de luxo.
A ligação se torna ainda mais delicada diante das revelações da Operação Overclean, que investiga o desvio de aproximadamente R$ 1,4 bilhão em contratos públicos relacionados ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Samuca Franco é apontado como operador financeiro do esquema, tendo recebido mais de R$ 500 mil de empresas suspeitas de serem de fachada, como a BRA Teles Ltda. e a FAP Participações Ltda., entre abril de 2022 e março de 2024.

Prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), e o empresário Samuca Silva Franco durante inauguração do Ilhéus praia Hotel.
Nomes próximos a Bruno Reis já foram diretamente impactados pelas investigações. O deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), aliado político, teve seu nome citado em documentos da operação, o que levou parte da apuração ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob sigilo e com relatoria do ministro Kassio Nunes Marques. Bruno Barral, ex-secretário de Educação de Salvador, também foi afastado de funções públicas durante a terceira fase da Overclean.

Bruno Reis , ACM Neto e Samuca Silva / Reprodução
Procurada, a Polícia Federal informou que não comenta investigações em andamento. A reportagem do site Metrópoles também buscou posicionamento da assessoria do prefeito Bruno Reis, mas, até o momento, não obteve resposta.
Polícia
Polícia no Século XXI, regras do século passado
Regulamentos em descompasso: a urgência de humanizar a atividade policial.

Por Odemilson Matos
É fato irrefutável que a segurança pública é um dos pilares de qualquer sociedade livre e soberana. Para que haja ordem, estabilidade e respeito ao Estado de Direito, as forças policiais se notabilizam, impondo sua atuação com firmeza, autoridade e respaldo legal. Todavia, é exatamente nesse ponto que surge um impasse preocupante: muitos dos regulamentos que orientam a conduta policial no Brasil permanecem ancorados em normas ultrapassadas, criadas em contextos completamente distintos da realidade atual.
Ora, é importante realçar que não se trata de privilegiar ou enfraquecer a autoridade policial, muito menos relativizar sua função. Pelo contrário: trata-se de fortalecer a atuação das corporações, dotando-as de instrumentos normativos modernos, claros e eficazes, capazes de orientar a conduta dos agentes com segurança jurídica e operacional, sem olvidar a humanidade desses profissionais. A atualização dos regulamentos policiais, nesse sentido, é uma medida estratégica para garantir que a atuação da polícia seja ao mesmo tempo firme e justa.

Charge: Saiba Mais Bahia
A humanização da atividade policial, longe de ser sinônimo de leniência, é, na verdade, uma forma de aprimorar a missão policial: proteger o cidadão de bem, combater o crime com eficiência e garantir a ordem pública dentro dos marcos constitucionais. Atualizar os regulamentos é, portanto, um passo essencial para assegurar uma polícia forte, respeitada e legitimada.
Grande parte dos regulamentos que regem a atividade policial no Brasil foi elaborada em períodos históricos marcados por outras prioridades de segurança e outra estrutura institucional. Muitos desses dispositivos, ainda vigentes, deixam lacunas importantes e não abordam temas atuais, como novas formas de criminalidade, o uso de tecnologias no policiamento ou mesmo as exigências de uma atuação mais técnica e estratégica por parte das corporações.

Policiais Militares do antigo 1º BPM/BA de Feira de Santana, atual 1º Batalhão de Ensino, Instrução e Capacitação (BEIC). Fonte: https://feirenses.com/fotos-1-bpm-feira/
Esse descompasso normativo gera insegurança para os agentes. Assim, policiais se veem, em vários aspectos, sem respaldo jurídico claro diante de situações complexas, e a ausência de diretrizes atualizadas contribui para decisões operacionais descoordenadas, além de desgastar a imagem da instituição perante a sociedade.
Para que a autoridade policial seja efetiva, é preciso que haja clareza nas normas que regem o comportamento institucional. A disciplina e a hierarquia, princípios basilares das forças de segurança, só podem ser plenamente aplicadas quando sustentadas por regulamentos objetivos, coerentes e atualizados.
A atualização dos regulamentos não enfraquece o comando da tropa; ao contrário: oferece maior segurança jurídica ao policial, que passa a atuar com respaldo normativo mais sólido. Isso permite decisões mais assertivas no campo, coíbe desvios de conduta e reforça a confiança interna na cadeia de comando.

Inauguração das instalações do Batalhão de Polícia de Pronto Emprego Operacional – BPEO/PMBA – Passeio Público (26/02/2025) / flickr.com/jeronimorodrigues/
Muitos confundem o conceito de humanização da atividade policial com uma tentativa de “amolecimento” da força pública. Esse é um equívoco. Humanizar não é relativizar a autoridade, mas sim garantir que a força seja aplicada com inteligência, justiça e proporcionalidade. Um agente bem treinado, respaldado por normas modernas e alinhado a princípios constitucionais, impõe mais respeito e autoridade do que aquele que atua de forma arbitrária ou desinformada.
Além disso, a população tende a apoiar e colaborar mais com instituições que agem com transparência, preparo e respeito à legalidade. Esse apoio social fortalece o trabalho policial e amplia sua legitimidade — algo essencial no combate ao crime organizado, à violência e ao desrespeito às leis.

Flickr.com/jeronimorodrigues/
A atualização dos regulamentos que regem a atividade policial é uma responsabilidade institucional que exige articulação entre diferentes níveis de governo e órgãos competentes. Embora, em muitos casos, a competência normativa recaia sobre o Executivo — seja por meio dos comandos das corporações, das secretarias de Segurança Pública ou de decretos estaduais —, também há espaço para atuação legislativa, especialmente no que se refere à definição de diretrizes gerais, direitos, deveres e garantias dos agentes de segurança pública.
Assim, é fundamental que os responsáveis por essas normas — sejam legisladores, gestores ou autoridades administrativas — reconheçam a urgência dessa agenda. Permanecer inerte diante de regulamentos defasados é contribuir para a insegurança jurídica dos agentes e para a fragilidade institucional da própria atividade policial. Atualizar os marcos normativos é garantir que as corporações atuem com clareza, respaldo legal e alinhamento aos princípios constitucionais. É um dever de quem tem a caneta e a responsabilidade de regulamentar uma das funções mais sensíveis do Estado: o exercício da força legítima.
A atualização dos regulamentos policiais é uma necessidade estratégica, jurídica e humana. A atuação das forças de segurança não pode continuar subordinada a normativos que ignoram a complexidade da função policial e a dignidade do agente que a exerce. O policial militar — assim como todo profissional da segurança pública — não é apenas um executor de ordens, mas um ser humano investido de responsabilidade institucional, sujeito a pressões constantes e riscos diários.

Flickr.com/jeronimorodrigues/
Reconhecer essa condição humana não é um gesto de fragilidade, mas de fortalecimento institucional. Regulamentos atualizados devem refletir essa compreensão, assegurando condições justas de trabalho, respeito aos direitos fundamentais e diretrizes operacionais claras, proporcionais e eficazes. Isso contribui para uma atuação mais técnica, respeitosa e legitimada perante a sociedade.
Cabe, portanto, aos entes competentes — sejam os comandos das corporações, os gestores executivos ou o próprio Poder Legislativo, dentro de suas respectivas atribuições — promover uma revisão séria e responsável desses regulamentos. É hora de romper com modelos ultrapassados e alinhar a atividade policial com os princípios constitucionais, sem abrir mão da autoridade, da disciplina e da ordem.
Humanizar o exercício da função policial é, em última análise, garantir que quem protege também seja protegido — pelo Estado, pela lei e por regulamentos justos. Somente assim construiremos uma segurança pública verdadeiramente forte, eficiente e respeitada.

Odemilson Matos / Advogado e Consultor Jurídico
Especialista em Direito Público pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC-MG e em Processo Civil pela Universidade Salvador – UNIFACS. Autor de diversas obras e artigos publicados na área jurídica.
Polícia
Polícia Militar da Bahia entrega mais de 500 honrarias
Solenidade celebra o patrono das Polícias Militares e reconhece a dedicação de policiais, autoridades e personalidades civis em todo o estado.

A Polícia Militar da Bahia homenageou, nesta quarta-feira (30), a memória de Tiradentes, patrono das Polícias Militares, com a entrega de 508 honrarias a policiais, autoridades civis e militares, durante solenidade cívico-militar realizada simultaneamente em diversas localidades do estado. Em Salvador, o evento ocorreu na Vila Policial Militar do Bonfim e contou com a presença de autoridades como o vice-governador Geraldo Júnior, o secretário da Segurança Pública Marcelo Werner, o comandante da 6ª Região Militar, general André Luiz Aguiar Ribeiro, e o comandante-geral da PMBA, coronel Magalhães.

Cabo PM A Santos (CIPT-A/Rondesp Atlântico), recebendo os cumprimentos do Secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner.
O ato solene teve início com a tradicional continência e o depósito de flores no busto de Tiradentes, símbolo da luta pela liberdade e pelo ideal republicano. Em seu discurso, o comandante-geral da corporação destacou a importância da valorização dos profissionais de segurança pública e da preservação dos princípios democráticos:
“Conclamo todos, do soldado mais moderno ao coronel mais antigo, a unirmos esforços em defesa dos valores que promovem uma sociedade mais justa, sempre pautados pela dignidade humana e pelos fundamentos da democracia. Lembrem-se: tudo é possível quando se atua com amor, retidão, ética e profissionalismo”, declarou o coronel Magalhães.

Cabo PM A Santos – CIPT-A/Rondesp Atlântico / Foto: Divulgação
Durante a solenidade, foram entregues:
- 27 Títulos de Amigo da Polícia Militar, destinados a personalidades que prestaram relevantes serviços à sociedade e à instituição;
- 64 Medalhas do Mérito Policial Militar, que reconhecem serviços notáveis ao Estado ou à própria corporação;
- 270 Medalhas de Mérito Marechal Argolo – Visconde de Itaparica, destinadas a policiais que se destacaram no cumprimento do dever;
- 39 Medalhas de Tempo de Serviço, concedidas a integrantes com 10, 20 ou 30 anos de dedicação à PMBA.
A celebração reforça o compromisso da corporação com a valorização de seus membros e com o fortalecimento do vínculo entre a Polícia Militar e a sociedade civil. Em todo o estado, o evento reafirma os ideais de coragem, ética e compromisso que nortearam a trajetória de Tiradentes e que continuam inspirando a atuação policial na Bahia.
Polícia
Mais um para Jerônimo ou menos um para Neto?
Félix (PDT) aparece com o governador, mas admite que vereadores pedetistas de Salvador não vão se aliar ao governo petista.

O xadrez político da Bahia ganhou um novo movimento nesta quarta-feira (30), com a oficialização da saída do PDT do grupo do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), e a reaproximação da sigla com o governador Jerônimo Rodrigues (PT). A confirmação veio por meio do presidente estadual do partido, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que compartilhou uma foto ao lado do governador em seu perfil no Instagram, sinalizando a nova aliança.
A decisão foi selada durante evento realizado na capital baiana e marca uma mudança significativa no cenário político estadual. Segundo Félix Jr., a maioria dos gestores municipais pedetistas do interior aprovou a aproximação com o governo estadual.
“Houve diálogo, e os interesses da base foram ouvidos. A decisão respeita o sentimento da maioria”, afirmou o parlamentar.
Dividiu opiniões
No entanto, a movimentação não foi unânime. Os vereadores do PDT em Salvador decidiram manter o apoio à gestão de Bruno Reis, indicando um racha interno entre as alas estadual e municipal da legenda. A ala soteropolitana seguirá alinhada com a prefeitura, reforçando uma independência que já vinha sendo sinalizada nos bastidores.

Reprodução: Instagram
Promessa de político
Em março deste ano, Félix Jr. já havia descartado atritos com o ex-prefeito ACM Neto, mas destacou que o partido seguiria de forma autônoma até, pelo menos, as eleições de 2026. À época, o deputado fez uma analogia ao Carnaval: “O PDT está na pipoca”, disse, ressaltando que a sigla não fazia parte de nenhum bloco governista e que sua postura era de independência.
Jogo de Xadrez
Agora, a “pipoca” parece ter encontrado um novo percurso. Com a publicação ao lado de Jerônimo, a pergunta que movimenta os bastidores políticos é direta: trata-se de “mais um para Jero” ou de “menos um para Neto”? De qualquer forma, o movimento reposiciona o PDT no tabuleiro eleitoral de 2026 e acende um alerta no grupo de oposição ao governo estadual.
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