Brasil
Lula reage a Trump e cita Lei de Reciprocidade Econômica
Presidente afirma que medidas unilaterais dos EUA terão resposta proporcional e reforça soberania brasileira diante das críticas de Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu nesta quarta-feira (10) à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. Segundo Lula, qualquer tentativa de elevação unilateral de tarifas será respondida à luz da Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica.
A declaração foi feita por meio das redes sociais, após Trump publicar uma carta na qual justifica a tarifa com base na atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula rebateu a acusação e reiterou que o Brasil é um país soberano, com instituições independentes, e não aceitará tutela ou interferência externa.
A Lei de Reciprocidade Econômica permite ao governo adotar medidas de retaliação comercial sempre que o Brasil for prejudicado por ações unilaterais. As contramedidas podem incluir restrições às importações, suspensão de acordos comerciais e limitações sobre investimentos e direitos de propriedade intelectual.
“O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém. O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência exclusiva da Justiça brasileira e não está sujeito a ingerência externa”, afirmou Lula.
Ainda segundo o presidente, a narrativa de que os Estados Unidos acumulam déficits na relação comercial com o Brasil é falsa. De acordo com dados citados por Lula, o governo americano teve superávit acumulado de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos no comércio bilateral de bens e serviços.
Resposta diplomática e carta devolvida
Como parte da reação diplomática, o Itamaraty convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil e devolveu formalmente a carta de Trump, alegando que o documento contém inverdades. A embaixada está sem embaixador titular desde janeiro de 2025, após a posse do republicano.
Trump, por sua vez, justificou a nova tarifa afirmando que o Brasil tem atacado “as eleições livres” e os “direitos de liberdade de expressão dos americanos”. Ele criticou o STF por decisões que, segundo ele, configuram censura a empresas de tecnologia dos EUA.
Disputa comercial e geopolítica
Além da taxação ao Brasil, Trump ameaçou recentemente aplicar tarifas extras a países membros do BRICS, grupo liderado por Lula na presidência rotativa. A cúpula do bloco, realizada no Rio de Janeiro, criticou duramente políticas comerciais protecionistas e ações militares contra o Irã, o que teria motivado parte das retaliações americanas.
Durante evento na Casa Branca, Trump alegou que o Brasil “não tem sido bom conosco” e que sua decisão foi baseada em “fatos substanciais e históricos”. Segundo ele, a tarifa de 50% começará a valer em 1º de agosto de 2025 e poderá ser evitada por empresas brasileiras que decidirem investir diretamente nos EUA.
Brasil
Trump questiona Luiz Inácio Lula da Silva sobre prisão e menciona “perseguição”
Durante reunião diplomática, Donald Trump retirou o foco dos temas oficiais para comentar trajetória do presidente brasileiro e o chamou de “vítima de perseguição”.

Em um encontro marcado por tensões e gestos diplomáticos, o presidente Donald Trump mostrou um interesse inesperado na vida pessoal do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo relatos dos bastidores, Trump teria perguntado “quanto tempo você ficou preso?” ao líder brasileiro, se referindo aos processos e à detenção anterior de Lula.
Mais do que curiosidade, Trump qualificou a trajetória de Lula como sendo de alguém “perseguido” politicamente, o que levanta interpretações sobre o clima e a estratégia de aproximação entre as duas nações.
Apesar de a pauta oficial da reunião tratar de comércio bilateral, tarifas e cooperação, o episódio revela que as interlocuções diplomáticas assumem múltiplas camadas — entre negociações técnicas e simbolismos políticos. A ênfase na vida pessoal serve como elemento simbólico: ao exaltar a volta de Lula à presidência após enfrentar acusações e prisão, Trump procura manifestar admiração ou buscar narrativa de reviravolta.
Para o governo brasileiro, o gesto pode representar uma vitória de imagem: ser reconhecido internacionalmente como líder que superou obstáculos e voltou ao poder. Para os Estados Unidos, a conversa revela uma tentativa de estabelecer redenção ou afinidade política, possivelmente projetada em futuros diálogos comerciais ou estratégicos.
No entanto, o episódio também gera críticas: especialistas em política externa apontam que, quando questões pessoais ganham tanto destaque, elas podem diluir o foco das negociações técnicas e criar expectativas desequilibradas. Um analista resumiu: “o que era uma reunião sobre tarifas virou cenário para narrativa pessoal”.
Em resumo, o encontro entre Trump e Lula ilustra que na diplomacia contemporânea os detalhes – como uma pergunta sobre prisão – podem ter impacto simbólico tão relevante quanto os acordos formais. Como resultado, resta acompanhar se o reconhecimento da trajetória de Lula se traduzirá em avanços concretos nas relações comerciais e estratégicas entre Brasil e Estados Unidos.
Brasil
Chefe da Receita Federal acusa devedores contumazes de lavar dinheiro e chama-os de “bandidos”
Robinson Barreirinhas defende projeto para penalizar empresas que usam inadimplência fiscal como mecanismo de crime organizado

O secretário-executivo da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, fez declarações contundentes ao afirmar que os chamados devedores contumazes, que evitam o pagamento de tributos de forma deliberada, atuam como “bandidos” e facilitam a lavagem de dinheiro vinculada ao crime organizado. Afirmou ainda que “não estamos falando de simples contribuintes, mas de estruturas que abrem empresas somente para não pagar impostos e, ainda por cima, ocultar recursos ilícitos”.
Em evento com participação de parlamentares e empresários, Barreirinhas ressaltou que o governo busca acelerar a tramitação de um projeto de lei que define nova tipificação para devedores contumazes, com alvo especial para aqueles que utilizam empresas como fachada para movimentações ilegais. Ele destacou que empresas envolvidas em esquemas com organizações criminosas — como redes de distribuição de combustíveis usadas para lavagem de dinheiro — já são monitoradas e que “a evasão fiscal incessante se conecta diretamente à criminalidade financeira organizada”.
Para reforçar o argumento, ele citou que a recente aprovação no Senado de regras mais rigorosas para devedores contumazes cria instrumentos para impedir a participação dessas empresas em licitações públicas, aplicar restrições operacionais e recuperar valores tributários que hoje se perdem. O secretário afirmou que “o combate à sonegação fiscal, à lavagem de dinheiro e à distorção concorrencial caminharem juntos é indispensável para resguardar a economia legal”.
Com o discurso, a pasta reforça a estratégia de endurecimento da fiscalização, aprimoramento da legislação e cooperação entre Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público no enfrentamento de fraudes estruturadas. Para empresas que exercem negócios de fato, o secretário insistiu que haverá distinção clara entre inadimplência legítima e inadimplência estratégica com fins criminosos.
Brasil
Absolvição dos réus da tragédia no Ninho do Urubu choca o país
Justiça do Rio absolve acusados de incêndio que matou 10 jovens e reacende debates sobre impunidade e segurança nos clubes

A decisão da Justiça do Rio de Janeiro de absolver todos os réus acusados pelo incêndio no centro de treinamento do Flamengo, que causou a morte de dez jovens atletas em 2019, provocou indignação social e levantou graves questionamentos sobre a responsabilização em acidentes envolvendo menores e instituições esportivas.
O incêndio, que ocorreu em uma instalação improvisada de contêineres destinada à base do clube, revelou falhas chocantes: alvará irregular, estrutura precária e reação tardia dos responsáveis. O juiz responsável pela sentença apontou que não foram identificadas provas suficientes para imputar responsabilidade penal individual, resultando na tragédia sem culpados.
A repercussão da absolvição ultrapassa o campo jurídico: familiares das vítimas, torcedores e especialistas em administração esportiva consideram a decisão um sinal de fragilidade institucional na apuração de crimes com resultado fatal. A ausência de punição acende alertas sobre segurança em alojamentos de formação, padrões de fiscalização e omissões de entidades públicas ou privadas.
Mesmo após acordo extrajudicial com o Flamengo e famílias, a dura realidade das jovens vítimas permanece viva no imaginário coletivo. A decisão volta a intensificar críticas à cultura de negligência no futebol de base, à responsabilidade de clubes e à ausência de modelos eficazes de prevenção de tragédias.
O episódio coloca o país diante de um debate urgente sobre transparência, responsabilidade civil e criminal em espaços esportivos, especialmente quando envolvem menores. O que se vê é uma lacuna entre a comoção pública suscita reformas e o alcance real do sistema penal em garantir justiça às vítimas.
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