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Brasil

Site reúne em tempo real motivos para impeachment de Moraes

Iniciativa quer mobilizar a sociedade para protocolar o maior pedido de impeachment da história do Brasil até o dia 8 de setembro

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Foi lançado nesta sexta-feira (1º) o Dossiê Moraes, uma plataforma online que documenta mais de 70 atos considerados abusivos praticados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), desde 2019. A proposta é simples, mas ousada: reunir cidadãos comuns como coautores de um novo pedido de impeachment contra o magistrado.

A iniciativa é liderada pelo vereador Rodrigo Marcial (Novo), de Curitiba, que classifica o projeto como um “arquivo cívico, independente e colaborativo”. Segundo ele, trata-se de um esforço para resgatar o império da lei e as garantias fundamentais no Brasil, frente ao que define como uma escalada autoritária do ministro.

“Não é apenas um motivo para o impeachment de Moraes, mas todos os motivos para tirarmos ele do poder”, afirma Marcial.

O dossiê conta com o apoio de figuras públicas como o senador Eduardo Girão, o deputado federal Marcel van Hattem e o ex-deputado Deltan Dallagnol. “É importante que a gente se movimente de todas as formas nesse momento crucial para nosso país”, declarou Girão, reforçando que outros parlamentares também estão preparando novos pedidos de impeachment — “e não apenas de Moraes”, frisou.

Documentação sistemática e aberta
No ar desde a manhã de sexta, o site apresenta uma linha do tempo detalhada dos abusos, com base em documentos oficiais, decisões judiciais e despachos parlamentares. O material começa com os atos mais recentes, como o gesto obsceno feito por Moraes em um estádio de futebol no fim de julho, e remonta até a abertura do controverso inquérito das fake news, em 2019.

Analisamos tecnicamente, com base na Lei 1079, cada uma das condutas documentadas”, explica Marcial.

Segundo ele, o ministro viola todos os cinco fundamentos da lei que trata dos crimes de responsabilidade.

Reprodução: site

Participe como coautor do pedido de impeachment
O dossiê propõe que qualquer cidadão brasileiro possa assinar e se tornar coautor do pedido de impeachment, com base na própria legislação vigente. As assinaturas estão sendo coletadas no site até o dia 7 de setembro, e o protocolo no Senado está previsto para 8 de setembro.

Para participar, basta acessar o site, informar nome e CPF.

“Faz parte do meu papel, como representante da população, atuar quando os direitos são afrontados. Se os eleitos se calarem, o Brasil não terá esperança”, finaliza o vereador, que já foi autor de moção de protesto contra Moraes aprovada na Câmara de Curitiba.

O que é o Dossiê Moraes?

Segundo os idealizadores, o Dossiê Moraes é um observatório cívico que atua como monitor da legalidade constitucional no Brasil. O projeto reúne contribuições de juristas, jornalistas, analistas de dados e parlamentares, com o objetivo de preservar a memória dos abusos e subsidiar ações de responsabilização. O material é apartidário, de acesso aberto e em constante atualização.

O projeto tem apoio de nomes como Leandro Narloch, os vereadores Guilherme Kister e Indiara Barbosa, e advogados como André Marsiglia, Bernardo Santoro, Kátia Magalhães e Jeffrey Chiquini, além da presidente nacional do Novo Jovem, Isadora Piana.

O site também permite que qualquer cidadão envie denúncias documentadas de abusos cometidos pelo STF, que serão avaliadas por uma equipe jurídica antes de entrar na base pública do projeto.

Redação Saiba+

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Brasil

Chefe da Receita Federal acusa devedores contumazes de lavar dinheiro e chama-os de “bandidos”

Robinson Barreirinhas defende projeto para penalizar empresas que usam inadimplência fiscal como mecanismo de crime organizado

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Secretário Especial da Receita Federal - Secretaria Especial da Receita Federal, Robinson Sakiyama Barreirinhas Foto: Mario Agra/Câmara dos Deputados

O secretário-executivo da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, fez declarações contundentes ao afirmar que os chamados devedores contumazes, que evitam o pagamento de tributos de forma deliberada, atuam como “bandidos” e facilitam a lavagem de dinheiro vinculada ao crime organizado. Afirmou ainda que “não estamos falando de simples contribuintes, mas de estruturas que abrem empresas somente para não pagar impostos e, ainda por cima, ocultar recursos ilícitos”.

Em evento com participação de parlamentares e empresários, Barreirinhas ressaltou que o governo busca acelerar a tramitação de um projeto de lei que define nova tipificação para devedores contumazes, com alvo especial para aqueles que utilizam empresas como fachada para movimentações ilegais. Ele destacou que empresas envolvidas em esquemas com organizações criminosas — como redes de distribuição de combustíveis usadas para lavagem de dinheiro — já são monitoradas e que “a evasão fiscal incessante se conecta diretamente à criminalidade financeira organizada”.

Para reforçar o argumento, ele citou que a recente aprovação no Senado de regras mais rigorosas para devedores contumazes cria instrumentos para impedir a participação dessas empresas em licitações públicas, aplicar restrições operacionais e recuperar valores tributários que hoje se perdem. O secretário afirmou que “o combate à sonegação fiscal, à lavagem de dinheiro e à distorção concorrencial caminharem juntos é indispensável para resguardar a economia legal”.

Com o discurso, a pasta reforça a estratégia de endurecimento da fiscalização, aprimoramento da legislação e cooperação entre Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público no enfrentamento de fraudes estruturadas. Para empresas que exercem negócios de fato, o secretário insistiu que haverá distinção clara entre inadimplência legítima e inadimplência estratégica com fins criminosos.

Redação Saiba+

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Absolvição dos réus da tragédia no Ninho do Urubu choca o país

Justiça do Rio absolve acusados de incêndio que matou 10 jovens e reacende debates sobre impunidade e segurança nos clubes

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Ninho do Urubu, CT do Flamengo, após o incêndio que causou a morte de 10 pessoas. Foto: Fabio Motta

A decisão da Justiça do Rio de Janeiro de absolver todos os réus acusados pelo incêndio no centro de treinamento do Flamengo, que causou a morte de dez jovens atletas em 2019, provocou indignação social e levantou graves questionamentos sobre a responsabilização em acidentes envolvendo menores e instituições esportivas.

O incêndio, que ocorreu em uma instalação improvisada de contêineres destinada à base do clube, revelou falhas chocantes: alvará irregular, estrutura precária e reação tardia dos responsáveis. O juiz responsável pela sentença apontou que não foram identificadas provas suficientes para imputar responsabilidade penal individual, resultando na tragédia sem culpados.

A repercussão da absolvição ultrapassa o campo jurídico: familiares das vítimas, torcedores e especialistas em administração esportiva consideram a decisão um sinal de fragilidade institucional na apuração de crimes com resultado fatal. A ausência de punição acende alertas sobre segurança em alojamentos de formação, padrões de fiscalização e omissões de entidades públicas ou privadas.

Mesmo após acordo extrajudicial com o Flamengo e famílias, a dura realidade das jovens vítimas permanece viva no imaginário coletivo. A decisão volta a intensificar críticas à cultura de negligência no futebol de base, à responsabilidade de clubes e à ausência de modelos eficazes de prevenção de tragédias.

O episódio coloca o país diante de um debate urgente sobre transparência, responsabilidade civil e criminal em espaços esportivos, especialmente quando envolvem menores. O que se vê é uma lacuna entre a comoção pública suscita reformas e o alcance real do sistema penal em garantir justiça às vítimas.

Redação Saiba+

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Brasil

Instituto de Mendonça fatura R$ 4,8 milhões em contratos públicos em pouco mais de um ano

Criado pelo ministro do STF André Mendonça, o Instituto Iter oferece cursos e palestras para governos e órgãos públicos, enquanto especialistas questionam possíveis conflitos de interesse

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Em pouco mais de um ano de funcionamento, o Instituto Iter, fundado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, movimentou R$ 4,8 milhões em contratos públicos firmados com governos estaduais, prefeituras, tribunais de contas e outros órgãos. Criado em novembro de 2023, o instituto rapidamente se consolidou como referência em cursos e palestras voltados à gestão pública — mas também levantou questionamentos sobre conflito de interesses e limites éticos da magistratura.

O Iter, que começou como uma empresa limitada e depois se tornou sociedade anônima de capital fechado, tem entre seus sócios nomes ligados ao governo Bolsonaro, como Victor Godoy, ex-ministro da Educação e atual CEO, e Danilo Dupas, ex-presidente do Inep. A empresa Integre, de propriedade do casal Mendonça, é a acionista majoritária do instituto.

Entre os contratos mais vultosos está o firmado com o Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo, no valor de R$ 1,2 milhão, para oferta de cursos e palestras a servidores. Governos de São Paulo, Bahia e Piauí, além de tribunais de contas e câmaras municipais, também constam na lista de clientes públicos.

O ministro nega qualquer irregularidade e afirma que sua atuação no Iter é “exclusivamente educacional”, amparada pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), que permite o exercício do magistério. “O instituto é voltado à disseminação do conhecimento e à formação técnica e ética de gestores”, declarou Mendonça em nota.

No entanto, juristas como Conrado Hübner, professor da USP, e Fernando Fontainha, da UERJ, apontam que a atuação do ministro pode configurar violação do dever de reserva e conflito de interesses, já que o instituto mantém vínculos diretos com agentes e instituições que podem ser alvo de decisões do STF.

Além de atuar como palestrante e moderador, Mendonça também intermediou encontros entre parlamentares e profissionais dentro do Iter, apresentando o local como um “espaço neutro, sem as influências de Brasília”. Para críticos, essa aproximação reforça a zona cinzenta entre a função pública e a atividade privada do ministro.

Mesmo com a polêmica, o Iter segue expandindo suas atividades e oferecendo cursos com valores que chegam a R$ 16 mil por aluno, além de eventos presenciais com a participação de autoridades e especialistas do setor público.

Redação Saiba+

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