Política
Julgamento da trama golpista é retomado com defesas de Heleno e Bolsonaro
STF ouve nesta quarta-feira (3) as manifestações das defesas do general Augusto Heleno e do ex-presidente Jair Bolsonaro; julgamento deve se estender até a próxima semana

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (3) o julgamento do núcleo central da chamada trama golpista, envolvendo oito réus, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A sessão será aberta com a manifestação da defesa de Heleno, seguida pela sustentação oral dos advogados de Bolsonaro.
Além de ambos, também são acusados o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
O grupo responde por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. No caso de Ramagem, a Câmara dos Deputados restringiu a ação penal, permitindo que ele seja julgado apenas por fatos anteriores à sua diplomação.
Discursos e acusações
Na terça-feira (2), o ministro Alexandre de Moraes afirmou que “pacificação não se confunde com covardia” e reforçou que o Supremo julga sem se curvar a pressões. Já o procurador-geral da República, Paulo Gonet, reiterou as acusações e pediu a condenação dos réus por crimes que podem ultrapassar 40 anos de pena máxima.
As defesas apresentaram diferentes linhas de argumentação. A de Mauro Cid negou coação em sua delação e alegou falta de provas materiais. A de Alexandre Ramagem pediu a exclusão de evidências ligadas ao caso da Abin paralela. Já a de Almir Garnier sustentou que suas falas estariam protegidas pela liberdade de expressão, enquanto Anderson Torres denunciou um suposto “linchamento moral” em razão de acusações sobre uma passagem aérea.
No caso de Bolsonaro, os advogados alegam que o ex-presidente não participou de qualquer tentativa de ruptura institucional e classificam a denúncia como um “golpe imaginado”, além de contestarem a validade da delação de Mauro Cid.
A defesa de Heleno também sustenta que não há provas de participação direta do general em atos golpistas, defendendo que ele teve atuação periférica e sem relação com supostos planos de ruptura.
Próximos passos
O julgamento deve se estender até a próxima semana. Na terça-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes será o primeiro a votar, seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma. Para que haja condenação ou absolvição, são necessários pelo menos três votos em cada acusação.
Após a fixação das penas, as defesas ainda poderão apresentar recursos em duas etapas, o que pode adiar o cumprimento das decisões finais.
O que já aconteceu e os próximos passos no julgamento
Quem julga: Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin (presidente da Primeira Turma).
PGR: Paulo Gonet representa a acusação.
1. Abertura
- Alexandre de Moraes afirmou que “pacificação não é covardia” e que o STF não se curva a pressões.
- Paulo Gonet, procurador-geral da República, reforçou a acusação e disse que não reprimir tentativas de golpe alimenta o autoritarismo.
2. O que disseram as defesas
- Mauro Cid (ex-ajudante de ordens): negou coação na delação e disse que sem a colaboração não se conheceriam fatos relevantes.
- Alexandre Ramagem (ex-chefe da Abin e deputado): pediu desconsideração de provas da Abin paralela por suposto erro da PGR.
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha): defendeu a liberdade de expressão e negou adesão a plano golpista.
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça): alegou “linchamento moral” e disse que viagem aos EUA era de férias já marcadas.
3. Próximas defesas
- Augusto Heleno (ex-chefe do GSI)
- Jair Bolsonaro (ex-presidente da República)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
- Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa)
4. Votos
Na próxima semana começa a fase de votos:
- Alexandre de Moraes (relator)
- Flávio Dino
- Luiz Fux
- Cármen Lúcia
- Cristiano Zanin (presidente da Primeira Turma)
São necessários três votos para condenação ou absolvição em cada acusação.
5. Penas e recursos
Após os votos, os ministros definem as penas. O processo pode ser interrompido se algum magistrado pedir vista (até 90 dias).
Depois da publicação do acórdão, as defesas têm 5 dias para apresentar embargos. Se os recursos forem rejeitados, inicia-se o cumprimento das penas.
Política
Lula afirma que ainda não há exigências de Trump sobre o “tarifaço”
Em encontro diplomático marcado na Malásia, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se preparam para negociar futura redução de tarifas, sem pé na mesa por enquanto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, ainda não apresentou exigências formais em relação à redução do chamado “tarifaço” aplicado sobre produtos brasileiros. Segundo Lula, o momento é de diálogo e construção de consensos, e não de imposições.
Durante agenda internacional, o presidente ressaltou que as negociações entre os dois países devem ocorrer com respeito mútuo e equilíbrio econômico, destacando que “não há exigências dele, e não há exigências nossas ainda”. A fala evidencia a estratégia de manter abertas as portas para o entendimento, sem assumir compromissos unilaterais que possam prejudicar a indústria nacional.
A medida de Trump, que elevou tarifas sobre exportações brasileiras em setores estratégicos, é vista pelo governo como um desafio diplomático que precisa ser tratado com prudência e firmeza política. Lula reiterou que o Brasil buscará condições justas de comércio internacional, priorizando o fortalecimento das exportações e a valorização da produção nacional.
O encontro entre os dois líderes, previsto para os próximos dias, deve definir os rumos da relação econômica bilateral. De acordo com o Palácio do Planalto, a expectativa é que a reunião aproxime as posições e crie um ambiente propício para um acordo comercial mais equilibrado.
A postura de Lula reforça a imagem de um governo disposto ao diálogo, mas atento à defesa dos interesses brasileiros, sobretudo em temas ligados à competitividade, à indústria e à soberania econômica.
Política
Haddad prefere “ser gastador” a “caloteiro”, diz ministro da Fazenda
Em tom firme, Fernando Haddad defende o pagamento de precatórios e reafirma compromisso com a responsabilidade fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira que o governo federal deve manter o pagamento regular dos precatórios, reforçando a importância de preservar a credibilidade financeira do país. Em suas palavras, ele afirmou que prefere “ter a pecha de ter gastado mais do que a de caloteiro”, deixando claro que a prioridade é honrar as dívidas judiciais da União.
Durante o discurso, Haddad criticou a ideia de adiar ou suspender pagamentos de precatórios, classificando tal prática como ilegal, inconstitucional e irracional. Para ele, a postergação desses valores não apenas compromete o equilíbrio fiscal, mas também afeta cidadãos e empresas que aguardam há anos por decisões judiciais transitadas em julgado.
O ministro enfatizou que o governo federal tem condições de cumprir suas obrigações sem recorrer a manobras contábeis. “A União tem capacidade de financiamento e deve dar o exemplo”, disse Haddad, destacando que a credibilidade econômica é construída com previsibilidade e respeito às regras.
A fala ocorre em meio às discussões sobre novas normas de controle de gastos públicos e revisão das regras fiscais. Haddad reforçou que o equilíbrio das contas públicas não deve vir à custa de descumprimentos judiciais, mas por meio de gestão responsável e planejamento de longo prazo.
O posicionamento do ministro foi visto como uma tentativa de consolidar uma imagem de responsabilidade e transparência diante de um cenário de incertezas fiscais. Com a declaração, Haddad sinaliza que o governo busca manter o compromisso com a estabilidade econômica, ainda que enfrente críticas por ampliar despesas em algumas áreas.
Política
Lula afirma que ‘traficantes são vítimas dos usuários’ ao criticar política de Trump
Em entrevista na Indonésia, presidente brasileiro responsabiliza usuários de drogas e questiona abordagem militar dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou repercussão internacional ao afirmar, durante uma visita à Indonésia, que traficantes “são vítimas dos usuários também”, em uma crítica direta à política de combate ao narcotráfico conduzida pelo governo Donald Trump. Em suas declarações, Lula defendeu que o foco do enfrentamento à droga deve ir além dos fornecedores e abranger a demanda dos consumidores.
Durante a entrevista, o presidente brasileiro apontou que a abordagem militarizada dos EUA, com operações de ataque a rotas de drogas na América Latina, corre o risco de tratar o tráfico como um simples tema de segurança externa, ignorando fatores sociais internos. Ele argumentou que a causa do problema está na demanda por entorpecentes, o que torna os traficantes parte de um sistema impulsionado pelos usuários.
“Os usuários criam o mercado”, afirmou Lula, “os traficantes são vítimas dos usuários também”. A declaração representa uma linha de discurso mais humanitária e centrada em prevenção e política de saúde pública do que na repressão pura. Essa visão contrasta com a retórica de endurecimento defendida por Trump, que defende uso da força e expansão de operações no Caribe e América Latina como estratégia central.
A fala do presidente brasileiro foi interpretada como um posicionamento estratégico de diplomacia comparada, uma vez que Lula aproveitou o cenário para sugerir maior protagonismo de países de renda média no tema das drogas e questionar medidas unilaterais de segurança impostas por grandes potências.
Apesar de não detalhar planos específicos de política pública, o pronunciamento reacende o debate sobre reforma das leis de drogas, investimento em saúde mental e programas de reabilitação, e coloca o Brasil numa rota de menor alinhamento com os EUA no tema.
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